A Future Cow, uma startup paulista, alcançou um marco significativo ao produzir seu primeiro lote de “leite” sem a necessidade de envolver vacas. Utilizando a tecnologia de fermentação de precisão, semelhante à aplicada na produção de cervejas e vinhos, a empresa gera proteínas a partir do DNA de animais, utilizando engenharia genética para incorporar essas informações em leveduras.
Esse método, conhecido como DNA recombinante, permite a produção de proteínas similares às encontradas no leite de animais, como vacas. A startup Future Cow pretende atuar no mercado B2B, fornecendo suas proteínas de leite e soro para indústrias alimentícias e lácteas. A produção inicial, feita em tanques de fermentação de 15 litros, visa agora avançar para tanques maiores, visando testar a tecnologia em uma planta industrial.
A empresa busca oferecer vantagens às indústrias em relação aos produtos de origem animal, destacando a pureza da proteína, ausência de lactose, pesticidas, hormônios e antibióticos. Além disso, a eficiência estimada é notável, podendo a startup equivaler à produção de 1.400 vacas em apenas 100 metros quadrados. Isso não apenas representa benefícios financeiros, mas também contribui para questões ambientais, como redução do consumo de água, energia e emissão de CO2.
A Future Cow pretende submeter seu produto à aprovação da Anvisa antes de lançá-lo no mercado, um processo que deve durar pelo menos 12 meses. Enquanto isso, a empresa planeja aprimorar sua tecnologia e buscar novos investimentos, já estando em negociações com fundos nacionais e internacionais interessados em tecnologias alimentares inovadoras.